- nádiamaria
Odes

I
O verbo?
Embebê-lo de denso
vinho.
A vida?
Dissolvê-la no intenso
júbilo.
II
Sonho vivido desde sempre
– real buscado até o sangue.
III
O Sol cai até o solo
a árvore dói até o cerne
a vida pulsa até o centro
… o arco se verga
até o extremo limite
IV
Lavro a figura
não em pedra:
em silêncio.
Lavro a figura
não na pedra (inda plástica) mas no
inumano silêncio.
V
A flor abriu-se.
A flor mostrou-se em sua
inteireza:
– Tragamos, ouro, incenso, mirra!
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Orides Fontela
(Odes)